Instituto 5 Elementos apoia ação de catadoras para impedir obra de Usina Verde em São Bernardo do Campo
Duas catadoras de materiais recicláveis entraram com uma ação popular ambiental para impedir a construção da Usina Verde em São Bernardo do Campo (SP). Segundo o advogado ambientalista que cuida do caso, Virgílio de Farias, a implantação deste tipo de equipamento no local fere artigos da Lei Específica da Billings, já que os incineradores emitem poluentes orgânicos que agridem o meio ambiente e contaminam a água da represa. O processo está em fase de apelação e prestes a ser encaminhado ao Tribunal de Justiça.
A obra, uma parceria público-privada, será executada no terreno do antigo lixão do bairro do Alvarenga e deve custar cerca de R$220 milhões. A prefeitura da cidade de São Bernardo do Campo recebeu uma única proposta, feita pelo Consórcio SBC Valorização de Resíduos, formado pelas empresas Revita Engenharia Ambiental e Lara Central de Tratamento de Resíduos.
Agora, a administração pública irá analisar a documentação de habilitação do consórcio, proposta técnica e valores. Se receber o aval, a empresa fará o manejo de todo resíduo sólido produzido no município. A previsão é de que a usina verde fique pronta no fim de 2015.
O Instituto 5 Elementos acredita em outras alternativas para o tratamento de resíduos, que incluem uma discussão mais ampla com a sociedade sobre as formas de redução e tratamento de resíduos, a integração dos catadores e o atendimento à Política e ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Nesse sentido, apoia o Movimento Nacional de Catadores, a coalisão de entidades contra a incineração no Brasil e a entidade internacional Global Alliance for Incineration Alternatives (GAIA), aliança mundial de mais de 650 movimentos de base, entidades não-governamentais e indivíduos de 90 países que defendem um mundo justo e livre de substâncias tóxicas.
Fonte: Diário do Grande ABC. Entrevista feita pelo jornalista Cadu Proietti.