Encontro Paralelo destaca o potencial transformador da educomunicação em iniciativas de Educação Ambiental
Por Flávia Santana
No primeiro dia de atividades do VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, foi realizado o Encontro Paralelo de Educomunicação, com o objetivo de reunir pesquisadores e profissionais atuantes na área para trocar conhecimentos e experiências de educomunicação socioambiental.
Mediado pela integrante da Rede de Educação Ambiental da Bahia, Débora Menezes, o encontro trouxe, na parte da manhã, um panorama da educomunicação na universidade, no governo e na sociedade civil.
O professor Ismar de Oliveira, do Núcleo de Educomunicação da Escola de Comunicação e Artes da USP, ressaltou a importância da universidade se debruçar sobre esta temática, com o intuito de sistematizá-la, legitimá-la e, assim, poder compartilhar seus conceitos e metodologias.
A especialista em Recursos Hídricos da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Renata Maranhão, destacou o papel estratégico da educomunicação nos programas do MMA voltados para a Educação Ambiental, Resíduos Sólidos, Consumo Sustentável e Agricultura Familiar. Segundo Renata, a educomunicação integra os planos de implementação destas políticas, sendo também fundamental para o fortalecimento das mesmas.
Fundadora do Instituto Gens e docente da USP, Gracia Lopes Lima estimulou o público à reflexão, abordando um tema polêmico: como equilibrar a preocupação em elaborar produtos midiáticos e o processo educativo proposto pela educomunicação, quando o projeto é patrocinado e precisa cumprir prazos/metas? Para a pesquisadora, quem deseja trabalhar com educomunicação em projetos de educação ambiental deve se libertar da educação tradicional e dos entraves gerados pela relação com o patrocinador, fatores que acabam engessando o processo educativo. Segundo ela, é preciso existir um espaço de troca, de convivência e aprendizado mútuo em projetos que envolvem educomunicação.
O biólogo Silvio Marchini, da Escola da Amazônia, afirmou que a educomunicação pode contribuir para a resolução e prevenção de problemas ambientais, fazendo uso da informação para interferir e mudar o comportamento humano.
Fechando a primeira parte do encontro, Lara Moutinho da Costa, da Superintendência de EA do Rio de Janeiro, apresentou a experiência do Programa “Nas Ondas do Ambiente”, que transformou a educomunicação em uma política pública de fomento à educação ambiental no estado.
No período da tarde, o foco do encontro foi o compartilhamento de iniciativas pioneiras de educomunicação socioambiental no Brasil e no exterior. Os oito projetos apresentados evidenciaram o potencial transformador da educomunicação na área ambiental e a paixão dos seus idealizadores pela temática e pelos resultados conquistados nas comunidades onde atuam.