Diferentes abordagens permeiam a mesa sobre Gestão das Águas e Educação Ambiental
Por Juliana Belko
Em um clima descontraído, quatro especialistas abordaram por diferentes ângulos a Educação Ambiental como fundamento para a Gestão das Águas no Brasil. Apesar da clássica apresentação em formato palestra e em sessões de perguntas e respostas, o conteúdo levantado despertou interesse e gerou interação com a plateia.
Franklin de Paula Junior, do Ministério do Meio Ambiente, apresentou a estrutura do SINGREH, e abordou a água como um bem comum de todos, desde a Constituição de 1988 e seus usos múltiplos e não excludentes.
Com base no Protocolo de Recuperação da Qualidade Ambiental da Bacia do Alto Tietê-Cabeceiras, Evandro Branco, membro do Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, contou como foi possível envolver 1,5 mil pessoas de nove municípios da Sub-bacia do Tietê-Cabeceiras, para oferecer um panorama do conhecimento da população sobre a gestão das águas na bacia e conseguir mobilizar uma população que estava desmobilizada.
Roberto Moraes, da Universidade Federal da Bahia, destacou as alternativas em Saneamento Ambiental para um futuro mais sustentável e apontou grandes desigualdades na rede de abastecimento de água no Brasil e em Salvador. Pondo em cheque as soluções tecnológicas para o saneamento, listou medidas de economia e reutilização de água, pavimentação permeável e outras formas de conservação local dos recursos hídricos.
Ao enfocar a questão do ensino, Sandro Tonso da UNICAMP, afirmou que educar é incomodar as pessoas, diferentemente do “adestramento ambiental”, o qual aparece muitas vezes camuflado de Educação Ambiental, induzindo as crianças à separação de resíduos sem consciência. Ele apontou que são necessários 15 mil litros de água para a produção de 1 kg de carne bovina, por exemplo, ao discutir sobre a utilização indiscriminada da água virtual do Brasil, exportada para outros países em forma de commodities.