Cursos de Mediação de Conflitos chegam ao fim com impactos positivos para o convívio na cidade
“É fundamental mediar situações de conflito evitando o uso de notificação ou multa, estamos iniciando um atendimento à população baseado no reestabelecimento do respeito intrapessoal que estava esquecido” ou “descobri a importância de me colocar sempre no lugar das pessoas, saber ouvir mais e apontar menos defeitos”. São algumas das opiniões dos Guardas Civis Metropolitanos (GCM) sobre a importância da técnica de mediação de conflitos em seu cotidiano.
No final de setembro, teve término o ciclo de oito cursos de Mediação de Conflitos, ministrados pelo Instituto 5 Elementos – Educação para a Sustentabilidade e voltados aos GCMs, conselheiros de meio ambiente de subprefeituras, educadores e estudantes. Desde março deste ano, participaram do curso 409 profissionais interessados em mediar situações de conflito em São Paulo. Foram oito cursos, com a participação de 237 Guardas Civis Metropolitanos e 172 outros profissionais . No total, 371 alunos receberam certificado de conclusão.
O trabalho ocorreu por meio de uma parceria inédita entre o Instituto 5 Elementos e a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura da Paz – UMAPAZ, no contexto de uma ampla iniciativa da Prefeitura de São Paulo, voltada à formação de pessoas para atuar mediando conflitos e nas Casas de Mediação da cidade, uma importante política pública do município.
O papel do facilitador na intermediação entre diferentes partes mostra-se fundamental em situações reais. Alguns dos trabalhos de conclusão do curso tratam de casos concretos, como o do papel da mediadora de conflitos socioambientais numa situação de briga entre vizinhos devido ao barulho, o qual foi solucionada a partir do trabalho com as redes locais ou então, a iniciativa da mediadora que filmou e entrevistou usuários de uma praça na zona norte para descobrir como cuidavam do local e de que forma poderiam apoiar estratégias de conservação da área.
Outro caso partiu da briga entre uma mãe e a funcionária de uma escola municipal, em que a mediadora tomou a iniciativa de não realizar Boletim de Ocorrência mas conversar com a diretora da escola sobre a situação. Após a mediação, optou-se pela realização de um trabalho contra bullying junto à comunidade escolar.
“Os trabalhos revelaram o impacto das técnicas de mediação, as quais partem do princípio de que todos possuem potencial para se tornarem um mediador e aprender os passos para a realização desse trabalho”, expressa Gina Rizpah Besen, assessora do Instituto 5 Elementos, que também coordenou a publicação lançada em maio deste ano, o Manual de Mediação de Conflitos Socioambientais, de autoria de Sandra Inês Granja, reunindo o conhecimento teórico e prático sobre o tema.